26 de set. de 2010

Antagonismo no mundo Ocidental: Brasil e Europa Ocidental

"Normas que proíbem ou obrigam pessoas a se vestirem dessa ou daquela maneira devem ser vistas com ceticismo. Eu parto penso que o fundamento de uma norma geral e abstrata não pode ser um juízo limitado aos valores do indivíduo - ou do grupo ao qual ele pertence -, mas sim uma ponderação do impacto disso nas relações sociais e seus conflitos - desse modo, a norma está fadada à ineficácia, o que implica na obrigatoriedade do uso da força para "adequar" a realidade à norma ou ela simplesmente vira letra morta, ambos os casos são terríveis, pois um pode importar em violência e outro em perda de tempo e recursos que poderiam ser utilizados em outras áreas."
(foto e comentário do www.descurvo.blogspot.com)

Antes de comentarmos, vamos aprender um pouco sobre a origem do uso da 
burca, para isso copiei esse artigo:

"Por Yasmin Anukit*

Quando os filósofos de Alexandria, no Egito, promoveram o sincretismo de Ísis e Palas Athena, a deusa grega da Sabedoria, o seu templo, em Saís, passou a ostentar uma máxima que veio a se tornar clássica: "Eu sou tudo o que é e o que sempre será. Mortal algum jamais erguerá meu véu!" Ora, na condição de simples mortal, isto é, de profano não iniciado nos Mistérios, o aspirante permaneceria à margem do conhecimento, até que este lhe fosse revelado pela abertura dos "olhos espirituais".

O véu foi originalmente introduzido nas antigas civilizações da Pérsia e da Mesopotâmia e mais tarde, na cultura greco-romana. Caracterizava o sta- tus feminino elevado, conferindo-lhe uma certa inacessibilidade. Habitual entre as mulheres judias, tornou-se, também, uma referência das damas cristãs em Bizâncio e na Idade Média ocidental. O Profeta Mohammad (s.a.w.) instituiu o uso do véu no século VI, na Arábia, para que as muçulmanas também gozassem da mesma dignidade das demais seguidoras entre os povos do Livro, isto é, da Torá e do Evangelho. Deste modo, numa época selvagem e belicosa, onde a lei mal se delineava, o véu era uma salvaguarda. Porém, mais do que isso, o seu uso simbolizava a elevação espiritual da condição feminina, assim como o turbante concedia aos homens a sacralização da cabeça. O Islão pretendeu, através do sacerdócio universal, estender a toda a Ummah (Comunidade) uma vestimenta que tornasse os fiéis iguais diante de Deus.

Portanto, o uso do véu nunca designou a submissão feminina, embora uma política gradualmente machista – muito distante da época em que as mulheres muçulmanas cavalgavam e guerreavam ao lado dos homens – refreou as suas liberdades e, na mesma medida, o seu rosto foi se tornando anónimo. Com o tempo, o véu - burkas, xadors e abayas - veio a cair nas mãos de uma intolerância patriarcal cada vez maior, tornando-se motivo de apologia entre os fundamentalistas: wahabbitas da Saudita, radicais xiitas do Irã pós-Khomeína, talibãs afegãos e guerrilheiros do Hamas, na Palestina. Para estes, o véu se tornara uma arma de controle e exclusão da mulher, privada de escolha quanto à sua própria indumentária. Países como o Iraque e o Líbano, nas últimas décadas, promoveram uma progressiva libertação do corpo feminino e de seus costumes."
 
Agora vamos ao Brasil, onde aqui querem cobrir as mulheres:

Esse comentário tireio do Infopédia: "De sucesso controverso, foi considerada a moda feminina que revolucionou o mundo inteiro nos anos 60.

Criada pela estilista Mary Quant em 1964, foi bastante contestada a nível mundial, sendo considerada demasiado ousada e, em parte, responsável pelos movimentos de libertação da mulher. Foi proibida pelo Papa Paulo VI, que a considerou um atentado à dignidade, e deu origem a uma série de debates. Apesar da confusão gerada, a juventude viu a mini-saia com agrado, tendo aderido à moda que reflectia o novo gosto musical e os novos valores que se vinham impondo. Brigitte Bardot foi das primeiras estrelas de cinema a aderir à mini-saia.

Desde aquela data, a mini-saia passou a fazer parte de qualquer tendência da moda."

Sinceramente, olhando para estes dois mundos percebo que em ambos os homens  sempre tentam tolir as mulheres naquilo que elas definem a sua identidade, seu modo de pensar, e buscam por motivos ignorantes e repudiosos nos atingir de alguma forma.

Podem nos cobrir, podem nos despir, mas nunca poderão nos fazer calar, parar de pensar, na Europa acredito que as mulheres sao mais intelectualizadas e que realmente lutam mais pela sua liberdade de expressão, o que já não posso dizer que no Brasil isso ocorra, pois infelizmente, a mulher aqui foi educada e foi estigmatizada pela mídia como um objeto de desejo, então sua luta não seria pela liberdade de expressão, mas pela liberdade sexual, e isso exerce um impacto menor sobre a sociedade feminina.

Por isso, não importa a nossa religião, nossa cultura, nossos conceitos, o que importa é que sejamos livres e tenhamos o direito de exercer o livre arbitrio dado por Deus, e que assim possamos construir um mundo melhor.

É importante ressaltar que não sou feminista, só quero garantir os meus direitos como cidadã, como um ser humano, ter minha dignidade, intimidade e liberdade preservadas.


 

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