"Normas que proíbem ou obrigam pessoas a se vestirem dessa ou daquela
maneira devem ser vistas com ceticismo. Eu parto penso que o fundamento
de uma norma geral e abstrata não pode ser um juízo limitado aos
valores do indivíduo - ou do grupo ao qual ele pertence -, mas sim uma
ponderação do impacto disso nas relações sociais e seus conflitos -
desse modo, a norma está fadada à ineficácia, o que implica na
obrigatoriedade do uso da força para "adequar" a realidade à norma ou
ela simplesmente vira letra morta, ambos os casos são terríveis, pois
um pode importar em violência e outro em perda de tempo e recursos que
poderiam ser utilizados em outras áreas."
(foto e comentário do www.descurvo.blogspot.com)
Antes de comentarmos, vamos aprender um pouco sobre a origem do uso da
burca, para isso copiei esse artigo:
burca, para isso copiei esse artigo:
"Por Yasmin Anukit*
Quando
os filósofos de Alexandria, no Egito, promoveram o sincretismo de Ísis
e Palas Athena, a deusa grega da Sabedoria, o seu templo, em Saís,
passou a ostentar uma máxima que veio a se tornar clássica: "Eu sou
tudo o que é e o que sempre será. Mortal algum jamais erguerá meu véu!"
Ora, na condição de simples mortal, isto é, de profano não iniciado nos
Mistérios, o aspirante permaneceria à margem do conhecimento, até que
este lhe fosse revelado pela abertura dos "olhos espirituais".
O
véu foi originalmente introduzido nas antigas civilizações da Pérsia e
da Mesopotâmia e mais tarde, na cultura greco-romana. Caracterizava o
sta- tus feminino elevado, conferindo-lhe uma certa inacessibilidade.
Habitual entre as mulheres judias, tornou-se, também, uma referência
das damas cristãs em Bizâncio e na Idade Média ocidental. O Profeta
Mohammad (s.a.w.) instituiu o uso do véu no século VI, na Arábia, para
que as muçulmanas também gozassem da mesma dignidade das demais
seguidoras entre os povos do Livro, isto é, da Torá e do Evangelho.
Deste modo, numa época selvagem e belicosa, onde a lei mal se
delineava, o véu era uma salvaguarda. Porém, mais do que isso, o seu
uso simbolizava a elevação espiritual da condição feminina, assim como
o turbante concedia aos homens a sacralização da cabeça. O Islão
pretendeu, através do sacerdócio universal, estender a toda a Ummah
(Comunidade) uma vestimenta que tornasse os fiéis iguais diante de Deus.
Portanto,
o uso do véu nunca designou a submissão feminina, embora uma política
gradualmente machista – muito distante da época em que as mulheres
muçulmanas cavalgavam e guerreavam ao lado dos homens – refreou as suas
liberdades e, na mesma medida, o seu rosto foi se tornando anónimo. Com
o tempo, o véu - burkas, xadors e abayas - veio a cair nas mãos de uma
intolerância patriarcal cada vez maior, tornando-se motivo de apologia
entre os fundamentalistas: wahabbitas da Saudita, radicais
xiitas do Irã pós-Khomeína, talibãs afegãos e guerrilheiros do Hamas,
na Palestina. Para estes, o véu se tornara uma arma de controle e
exclusão da mulher, privada de escolha quanto à sua própria
indumentária. Países como o Iraque e o Líbano, nas últimas décadas,
promoveram uma progressiva libertação do corpo feminino e de seus
costumes."
Esse comentário tireio do Infopédia: "De sucesso controverso, foi considerada a moda feminina que revolucionou o mundo inteiro nos anos 60.
Criada pela estilista Mary Quant em 1964, foi bastante contestada a nível mundial, sendo considerada demasiado ousada e, em parte, responsável pelos movimentos de libertação da mulher. Foi proibida pelo Papa Paulo VI, que a considerou um atentado à dignidade, e deu origem a uma série de debates. Apesar da confusão gerada, a juventude viu a mini-saia com agrado, tendo aderido à moda que reflectia o novo gosto musical e os novos valores que se vinham impondo. Brigitte Bardot foi das primeiras estrelas de cinema a aderir à mini-saia.
Desde aquela data, a mini-saia passou a fazer parte de qualquer tendência da moda."
Sinceramente, olhando para estes dois mundos percebo que em ambos os homens sempre tentam tolir as mulheres naquilo que elas definem a sua identidade, seu modo de pensar, e buscam por motivos ignorantes e repudiosos nos atingir de alguma forma.
Podem nos cobrir, podem nos despir, mas nunca poderão nos fazer calar, parar de pensar, na Europa acredito que as mulheres sao mais intelectualizadas e que realmente lutam mais pela sua liberdade de expressão, o que já não posso dizer que no Brasil isso ocorra, pois infelizmente, a mulher aqui foi educada e foi estigmatizada pela mídia como um objeto de desejo, então sua luta não seria pela liberdade de expressão, mas pela liberdade sexual, e isso exerce um impacto menor sobre a sociedade feminina.
Por isso, não importa a nossa religião, nossa cultura, nossos conceitos, o que importa é que sejamos livres e tenhamos o direito de exercer o livre arbitrio dado por Deus, e que assim possamos construir um mundo melhor.
É importante ressaltar que não sou feminista, só quero garantir os meus direitos como cidadã, como um ser humano, ter minha dignidade, intimidade e liberdade preservadas.
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